31/01/07

Hesitação

Monsanto 2006, (c) Maribel Sobreira

"Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra."
Uma voz na pedra de António Ramos Rosa

29/01/07

Não sou daqui...por Amélia Muge


Video promocional do seu novo album "Não sou daqui"


"Não sou daqui, mas gosto d’aqui estar
De aprender no lugar do outro a m’encontrar
De poder um lugar achar, no estar aqui
Desejar o lugar de todos neste lugar
E saber, no lugar d’aqui, o meu lugar

Apresentei esta proposta de concerto à Culturgest, porque é ela a casa, em Lisboa, que os cantos do Não sou daqui, o meu mais recente trabalho, desejavam. São cantos que convocam os mundos do mundo, entre o aquém e o além das designações identitárias ou dos géneros musicais. Procuram, no território dos poemas, outras geografias para as pertenças, tentando nelas identificar o que já fomos, mas sobretudo o que ainda viremos a ser. As utopias começam na forma como cada um se projecta num mais além. E nesse lá, poderá a canção ser, nem que por breves momentos, o “ lugar de todos”?

Não sou daqui desafia as fronteiras da canção, na procura de um lugar de lugares onde a palavra, qual Gulliver em viagem, se apequena ou se agiganta em função dos territórios que atravessa, gerando percursos, tacteando vazios, perdas e danos, criando rotinas, tédios e alegrias, silenciando-se, para que outras “vozes” ganhem protagonismo.

Aqui, no horizonte da Culturgest, já sentimos à partida o apelo do ir ao encontro dos outros e do futuro. Trazemos para o seu palco do mundo, imagens e cumplicidades entre uma voz, um piano, um contrabaixo, vários sopros, percussões e tudo o mais que convites inesperados possam acrescentar. Interrogando sobretudo o que somos e o que nos preocupa e sobressalta. E homenageando, sempre, todos os que amamos."
Amélia Muge in Culturgest

"Não sou daqui" tem composições de Amélia Muge, para poemas dela própria e de António Ramos Rosa, Eugénio Lisboa, Hélia Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen.

AMÉLIA MUGE apresenta “Não Sou Daqui” ao vivo no dia 8 de Fevereiro (15h), no Teatro da Luz (Programa “Viva a Música” de Armando Carvalhêda) e no dia 17 na Culturgest (21h30), em Lisboa.

MNAA



Visitas guiadas a 10 obras de referência do MNAA: última 4ª feira de cada mês, às 18H.
A entrada ao museu será gratuita e far-se-á pela porta principal, junto ao Jardim 9 de Abril.



Paula Rego na Galeria 111 e na Galeria de S. Bento



Galeria 111

até 3 de Março





Galeria de S.Bento

Dezassete obras de Paula Rêgo estão em exposição na Galeria de S. Bento, em Lisboa. As litografias da artista estão à venda e podem ser vistas até 20 de Fevereiro.


"As 17 litografias em exposição na Galeria de S. Bento são o retrato de uma heroína que luta pela emancipação: chama-se Jane Eyre e dá nome ao mais famoso livro de Charlotte Brontë. Paula Rêgo pegou na obra do século XIX e desenhou-a num traço que às vezes pede respeito, outras demonstra raiva, revolta ou violência. A história de Jane Eyre é contada em 25 litografias mas em S. Bento estão apenas 17."

25/01/07

Μια αιωνιότητα και μια μέρα




Mia Aioniotita Kai Mia Mera -- A Eternidade e um Dia, filme de Theo Angelopoulos clicar aqui para ver o clip


Um mergulho íntimo pela memória de um escritor que, ao sentir aproximar-se a morte, faz uma espécie de balanço da sua vida.

Ao lidar com a memória, Angelopoulos desconstrói a unidade do tempo do passado e presente, real e imaginário. Em certas momentos o tempo fundem-se na mesma sequência, celebrando a importância da palavra, da criação artística, da dor do exílio e da solidão do silêncio.

23/01/07

Requiem


Cecilia Bartoli & Arleen Auger - Requiem de Mozart

16/01/07

Assim como...o Homem Teatro

Homem Teatro, escultura de Soares Branco, 1963


""Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade,
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada.
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos, infância da doença.
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.""

Assim Como, Alberto Caeiro

15/01/07

Ler os Clássicos


12/01/07

Tout le Monde


Tout le Monde, Carla Bruni.

11/01/07

A Obra de Arte...

"permite vários processos de interpretação, vários processos de imaginação. Essa é a grande virtude da arte: permitir a quem a vê ter a sua própria leitura, que pode ser ou não coincidente com a do artista"

Paula Rego


“Ei-la então: uma Vanitas que cumpre a sua função de nos lembrar que a todos, inebriados, festivos, lúdicos, teatrais, violentos, patéticos seres humanos, nos espera um encontro irremediável com a morte. A matriz onírica do encontro que se dá no texto de Almeida Faria ou na representação de Paula Rego é talvez apenas uma forma de eufemismo na encenação da crueldade desta evidência.” CAMJAP

Inaugura hoje pelas 22h no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian a exposição VANITAS de Paula Rego, em simultâneo com o lançamento do livro VANITAS, 51, AVENUE D’IÉNA de Almeida Farias, conto que inspirou a obra.

Estará patente até dia 25 de Março de 2007.


08/01/07

Arnold Schoenberg

07/01/07

Requiem com imagens simples




«Hoje, prefiro cantar as coisas simples, as que

crescem depressa, como os ciprestes, ou as

que se enrolam a tudo o que aparece nos muros,

como as buganvílias. Através delas, vejo o céu

que me traz outras coisas, mais complicadas

dos que estas da terra; e também no céu

escolho, hoje, o que não é difícil».

Nuno Júdice,Requiem com imagens simples