Video promocional do seu novo album "Não sou daqui"
"Não sou daqui, mas gosto d’aqui estar
De aprender no lugar do outro a m’encontrar
De poder um lugar achar, no estar aqui
Desejar o lugar de todos neste lugar
E saber, no lugar d’aqui, o meu lugar
Apresentei esta proposta de concerto à Culturgest, porque é ela a casa, em Lisboa, que os cantos do Não sou daqui, o meu mais recente trabalho, desejavam. São cantos que convocam os mundos do mundo, entre o aquém e o além das designações identitárias ou dos géneros musicais. Procuram, no território dos poemas, outras geografias para as pertenças, tentando nelas identificar o que já fomos, mas sobretudo o que ainda viremos a ser. As utopias começam na forma como cada um se projecta num mais além. E nesse lá, poderá a canção ser, nem que por breves momentos, o “ lugar de todos”?
Não sou daqui desafia as fronteiras da canção, na procura de um lugar de lugares onde a palavra, qual Gulliver em viagem, se apequena ou se agiganta em função dos territórios que atravessa, gerando percursos, tacteando vazios, perdas e danos, criando rotinas, tédios e alegrias, silenciando-se, para que outras “vozes” ganhem protagonismo.
Aqui, no horizonte da Culturgest, já sentimos à partida o apelo do ir ao encontro dos outros e do futuro. Trazemos para o seu palco do mundo, imagens e cumplicidades entre uma voz, um piano, um contrabaixo, vários sopros, percussões e tudo o mais que convites inesperados possam acrescentar. Interrogando sobretudo o que somos e o que nos preocupa e sobressalta. E homenageando, sempre, todos os que amamos."
Amélia Muge in Culturgest
"Não sou daqui" tem composições de Amélia Muge, para poemas dela própria e de António Ramos Rosa, Eugénio Lisboa, Hélia Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen.
AMÉLIA MUGE apresenta “Não Sou Daqui” ao vivo no dia 8 de Fevereiro (15h), no Teatro da Luz (Programa “Viva a Música” de Armando Carvalhêda) e no dia 17 na Culturgest (21h30), em Lisboa.
Fabuloso!!! Adoro Amélia Muge.. este tema é fantástico. Para mim, é das mais criativas artistas que o nosso país tem.. a voz, a música, a letra, é tudo perfeito..
ResponderEliminarExcelente chamada de atenção :)))
A sério??? ehehehe..eu tb adoro, este álbum parece-me fabuloso!
ResponderEliminarNão quero perder o concerto que vai dar na culturgest, e darei uma espreitadela ao Teatro da Luz...
Beijinhos
"O meu Reino não é deste mundo", mas gosto de aqui estar. Será?
ResponderEliminarYep, a sério, gosto dela desde antes de entrar para a faculdade, há uns aninhos já :D Vai-se a ver e ainda compro o álbum.. a ver se encontro também coisas antigas, havia uma música dela que gostava muito, o Colchão às Riscas :D
ResponderEliminarBeijinhos ;****
Gosto bastante, vou conhecendo coisas "diferentes" com a filha e genro. E ela é diferente. Gostei imenso do vídeo de apresentação, faz bem o meu género.
ResponderEliminarSendo os poema de quem são... o trabalho pelos visto promete :)
Beijinho
Confesso que não gosto muito do estilo musical de Amélia Muge, de quem conheço o "Múgicas" e a quem já vi ao vivo, há mais de uma boa dezena de anos, num concerto que primou pelo elevado padrão da intertretação tanto da cantora como dos músicos que a acompanharam.
ResponderEliminarMas tenho que admitir que representa uma certa pluralidade na produção da música portuguesa coeva, como ao mesmo tempo uma certa cultura de estar na sociedade a partir da música que entronca na tradição remota dos baladeiros de Zeca acabou por se fazer figura emblemática, mas mais recente e directamente num caminho que Jose Mário Branco -com quem tem manifestas ligações em termos de musicalidade e das letras que canta- tem vindo a trilhar há muito se não desde sempre e em que confluem figuras tão "underground" como uma Zeca Medeiros que faz espectáculos de encantar e para nos fazer pensar. Há uma certa sensibilidade, uma certa maneira de ver que contempla propostas de atitudes e comportamentos e propõe e reinvidica aquilo que ve por melhorismos nas relações sociais, há, em suma, um certo estrato de pessoas no tecido social nacional que se revê nessa -salvo seja a expressão- espécie de corrente/movimento cultural no panorama da musica portuguesa. Ora aqui então teremos que dizer que a Amélia Muge faz um trabalho necessário, é uma voz necesária e diferente.
Obrigada Maribel por nos trazeres isto da memória para o pensamento, pois mesmo estando a anos-luz da mundivisão de tais ilustres figuras que tanto deliciam o ócio, para mim, reconheço que trazem uma diversidade imprescindível para este mundo pardo em que nos querem obrigar a viver.
Bem, calo-me e não a empato mais.
Desejo-lhe uma boa noite, de paz e com sonhos bonitos.
Luís F. de A. Gomes
PS
Muitíssimo obrigada pela participação no debate que decorre "No Largo da Graça".
Luis Santos,
ResponderEliminarPorque não? :-P
Beijinhos
Cátia,
ResponderEliminarAH..não conheço essa...a ver se partilhas..:D
Beijinhos***
Querido Luís,(se me permite trata-lo dessa forma)
ResponderEliminarNão agradeça faço-o com todo o meu agrado.
Não conheço Zeca Medeiros, mas pelo que descreve é imperativo descobri-la, agradeço-lhe por isso. A ver se descubro alguma coisita...obrigada mais uma vez..
Nunca se cale pois não empata, muito pelo contrário, as suas palavras trazem uma lufada de conhecimento que aprecio e lhe agradeço.
Beijinhos
Maribel, vejo que a induzi em erro quanto a Zeca Medeiros que é um homem, cantor açoreano a respeito de quem, desoladamente, por si, mais nada sei dizer de seguro. Já o vi por duas vezes, pelo menos e aquilo que disse a seu respeito -colocá-lo no tal universo em que o Mário Branco pode ser considerado o ponto de referência, o que é ousado, reconheço, mas é para mim apenas um modo de descrever a realidade e admito que esteja completamente errado- tem por base o conteúdo dessas duas actuações, pelas músicas e letras, mas também e quiça sobretudo pelas palavras entre as canções. Pouco mais sei e por isso mais nada posso dizer e se me lembrei dele foi por achar que a Amélia Nuge -note que até nem aprecio o estilo, ainda que no caso do Mestre Branco a coisa seja diferente e eu seja um admirador de longa data ao ponto de me faltar um exemplar para possuir a obra completa, incluindo o FMI- faz parte de um certo quadrante de expressão cultural na sociedade portuguesa que até nem tem tanta expressão mediatica como deveria pela excelência e seriedade de muito material -neste caso musical, mas se calhar em outras áreas artísticas também- que nesse contexto se produz.
ResponderEliminarPeço-lhe desculpa pela erro de ter escrita uma Zeca e não um Zeca como estaria certo. Mas é assim, estamos sempre a escfrever à velocidade do tempo de amadores de que somos capazes e depois lá aparecem estas gralhas. Perdoe-me por isso.
Não a empato mais, resta-me desejar-lhe uma noite feliz
Luís F. de A. Gomes
A pergunta aparece a partir da letra da música que nos deu a ouvir. Digamos, que foi uma exclamação súbita que surgiu por ter ouvido aquelas palavras sairem da boca da Amélia Muge que não correspondem inteiramente ao que já lhe tinha ouvido. Neste sentido, pode-se dizer que sentimos como que uma necessidade de viragem, quase uma ruptura, na música da autora. Bem, mas não foi mais do que isso.
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