29/10/06

Mãos Vazias


"Quero um poema puro, um poema duro,
Um poema grito.
Quero um poema estrondo, um poema urro,
Um poema bramido.
Quero um poema guerreiro, um poema aguerrido,
Um poema combate.
Quero um poema bomba , que tudo destrua,
Que tudo arrase…
….
E quero caminhar sobre as cinzas,
E descobrir os meus pedaços,
E reconstruir o presente,
E soltar o meu grito de combate:
Eis-me!
Dura, inteira, guerreira!
Eis-me!
Caneta-arma,
Caneta-amor!
Soltando o meu poema duro,
Cantando e chorando a dor.
Gritando o meu poema urro,
Entoando cantos de amor.
E dando-me em cada verso.
E entregando-me em cada poesia.
E ficar só…
Tão só no fim do poema,
Estendendo as mãos vazias."


Erotismo na Cidade, Encandesceste

2 comentários:

  1. Simplesmente encantador, excelente escolha. Escutando Lou, Hello it's me, o Reed do Good bye Andy, lemos e relemos e os sons e as palavras acabam por se prolongar num céu urbano a que magicamente acabam por fazer chegar uma miríade de estrelinhas brilhantes, tão só para deleite do nosso olhar.
    Bem-haja, Mia, pela passagem pelo Largo. Estamos sempre desejosos dos regressos.

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  2. Aqui neste cantinho, também estamos desejosos pelos regressos, e o engrandecimento da partilha.
    Por vezes existem palavras que nos fazem saborear com maior prazer os prazeres da vida, levando-nos ao êxtase da alma.

    Um bem-haja e votos de boa saúde para si e todos os seus.

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